O que ainda faz uma marca ser lembrada nas redes, num cenário em que todo mundo está postando, impulsionando e tentando viralizar ao mesmo tempo?
Não é o volume de conteúdo que define a lembrança, mas o quanto ele reverbera de forma genuína. E é nesse ponto que o seeding ganha força, quando o impacto vem menos da marca falando sobre si e mais das pessoas espalhando a mensagem porque realmente se conectaram com ela.
Essa estratégia tem virado chave para marcas que enxergam as redes como espaço de construção de percepção, não apenas de performance.
Em vez de insistir em formatos publicitários repetitivos, elas criam experiências que despertam interesse real. Não dependem de contratos formais e nem soam forçadas, o que amplia as chances de gerar engajamento orgânico com muito mais autenticidade.
O resultado é mais do que alcance. É influência com credibilidade e um posicionamento que cola de verdade. A seguir, você vai entender por que o seeding é mais do que uma tendência e como fazer isso funcionar sem soar como mais do mesmo.
O que é seeding?
Seeding é uma estratégia de marketing que consiste em distribuir produtos, experiências ou conteúdos de forma intencional, com o objetivo de provocar conversas genuínas nas redes sociais.
Na prática, significa engajar as pessoas certas para que compartilhem aquilo que receberam espontaneamente. Pode ser um creator, um microinfluenciador ou alguém com influência real em um nicho específico.
Nada é combinado previamente. Não há contrato nem roteiro. O impacto acontece justamente porque a recomendação vem sem parecer publicidade.
É importante entender que essa estratégia não se resume a postar. Quando a marca publica algo nas próprias redes, está falando com quem já a acompanha.
Aqui, quem leva a mensagem adiante são outras pessoas. Elas ampliam o alcance, atingem novos públicos e reforçam a credibilidade do conteúdo compartilhado.
Mais do que uma ação pontual, o seeding é uma maneira de cultivar percepção. Ele coloca a marca em circulação social com naturalidade e posicionamento.
Seeding vs. marketing de influência tradicional: a diferença sutil
Enquanto o seeding aposta na espontaneidade, o marketing de influência envolve acordos formais com entregas planejadas. Um funciona como uma aposta em credibilidade orgânica, o outro como investimento direto em visibilidade controlada.
Ambos podem caminhar juntos dentro de uma estratégia maior, mas entender onde cada um se encaixa é essencial para escolher o formato certo. A tabela abaixo ajuda a visualizar essas diferenças com mais clareza:
Marketing de influência tradicional | Seeding |
Baseado em contratos e acordos formais | Sem obrigação de publicação, depende do interesse real |
Publicações planejadas com briefing e cronograma | Conteúdo espontâneo, mais natural e próximo do público |
Foco em grandes influenciadores e visibilidade imediata | Maior afinidade com nano e microinfluenciadores, com engajamento proporcional mais alto |
Busca performance rápida e mensurável | Constrói credibilidade e relacionamento de longo prazo |
Controle total da marca sobre o conteúdo | Controle reduzido, mas com maior potencial de autenticidade |
Segundo a HypeAuditor, campanhas de seeding bem planejadas podem gerar uma taxa de postagem espontânea entre 30% e 50%. Isso significa que, a cada 100 influenciadores que recebem um produto, de 30 a 50 acabam compartilhando a experiência de forma genuína.
Outro ponto relevante é o perfil dos criadores. Influenciadores com até 10 mil seguidores apresentam taxa média de engajamento de 6,23% no Instagram, mais que o dobro da média geral da plataforma.
Esse resultado reforça o potencial do seeding quando direcionado a perfis menores e mais conectados com sua comunidade.
Como criar uma estratégia de seeding em 4 passos
Colocar o seeding em prática não significa simplesmente enviar produtos de forma aleatória e torcer para que alguém fale da sua marca. É preciso pensar como um bom jardineiro: escolher o que plantar, identificar o terreno certo, definir como cuidar e reconhecer o momento de colher.
Quando existe planejamento, cada etapa se torna intencional. Isso aumenta as chances de gerar engajamento orgânico, visibilidade relevante e percepção positiva.
A seguir, estão quatro passos que ajudam a transformar o seeding em um processo claro, mensurável e conectado aos objetivos do negócio.
Passo 1: defina sua “semente” e seu objetivo
Antes de qualquer envio, a marca precisa ter clareza sobre a sua semente. Pode ser um produto, uma coleção, uma experiência ou até um conteúdo exclusivo. O essencial é que esteja alinhado ao posicionamento da marca e desperte valor real.
Definir o objetivo é igualmente importante. O seeding pode servir para gerar awareness, fortalecer relacionamento com creators, incentivar experimentação ou testar a receptividade de um lançamento.
Algumas perguntas ajudam nessa etapa:
- Qual item traduz melhor a mensagem que a marca deseja comunicar agora?
- O objetivo é ampliar visibilidade, gerar conteúdo espontâneo ou reforçar vínculo com influenciadores estratégicos?
- Esse envio tem força para despertar interesse genuíno ou corre o risco de passar despercebido?
- Existe coerência entre a escolha e a percepção que a marca deseja construir?
Quanto mais claro o objetivo, mais consistente será o impacto.
Passo 2: mapeie seus “solos férteis” (onde plantar)
Saber onde plantar faz toda a diferença. No seeding, isso significa identificar em quais perfis e canais a sua marca deve estar para que a mensagem tenha relevância.
O primeiro passo é entender o público. Quem a marca quer atingir e onde essas pessoas estão consumindo conteúdo? Depois, vem a escolha dos criadores. Não basta olhar o número de seguidores.
É preciso avaliar afinidade, estilo de linguagem e a qualidade da interação que eles têm com a comunidade.
Na prática, alguns pontos ajudam a guiar esse mapeamento:
- Analise o perfil da audiência do influenciador e verifique se há aderência ao seu público-alvo.
- Avalie métricas de engajamento. Perfis menores costumam ter interação proporcionalmente mais alta.
- Observe o tom de voz do criador. Ele combina com a identidade da sua marca?
- Repare se o influenciador já fala de produtos semelhantes ou se o seu envio pode trazer novidade ao público dele.
- Considere diversidade de formatos e plataformas, evitando apostar tudo em um único canal.
Esse cuidado evita desperdício de recursos e aumenta as chances de que a sua semente floresça no terreno certo.
Passo 3: escolha sua abordagem (como plantar)
Depois de definir a semente e identificar os solos férteis, chega a hora de decidir como será o plantio. Aqui, abordagem faz diferença porque influencia diretamente na reação de quem recebe.
Cada detalhe importa: da embalagem ao tom da mensagem. O envio precisa transmitir cuidado e coerência com a identidade da marca. Quanto mais personalizada a experiência, maior a chance de despertar entusiasmo genuíno no criador.
Para estruturar essa etapa, vale considerar:
- Criar kits criativos e bem pensados, que proporcionem uma experiência de unboxing memorável;
- Incluir uma mensagem personalizada, mostrando atenção ao criador e ao universo em que ele atua;
- Garantir qualidade na entrega, evitando atrasos ou produtos danificados;
- Ajustar o estilo do envio ao perfil de cada influenciador, sem cair em formatos genéricos;
- Pensar na narrativa que o produto pode gerar, em vez de tratá-lo apenas como uma amostra.
Quando bem planejada, a abordagem transforma um simples recebimento em conteúdo espontâneo, capaz de engajar e gerar conversa real.
Passo 4: observe e amplifique a “colheita” (como medir)
Nenhuma estratégia se sustenta sem acompanhamento. No seeding, acompanhar os resultados é o que permite entender o impacto real das ações e ajustar o rumo quando necessário.
Mais do que contar quantos posts foram feitos, é preciso analisar a qualidade das interações, a aderência da mensagem e o tipo de conversa gerada. Esse olhar garante que o esforço não se perca em métricas vazias.
Confira alguns indicadores que valem acompanhar:
- Taxa de postagem espontânea: quantos criadores realmente compartilharam o recebimento sem estímulo financeiro;
- Engajamento médio: curtidas, comentários e compartilhamentos nos conteúdos gerados;
- Menções à marca: volume de citações em redes sociais, incluindo tags e marcações orgânicas;
- Alcance potencial: soma das audiências impactadas pelos criadores envolvidos;
- Qualidade da narrativa: avaliar se o conteúdo reforça os valores e o posicionamento desejado.
Ao identificar os pontos fortes, amplifique. Reposte, interaja com os criadores, compartilhe os conteúdos em canais próprios e incentive a continuidade da conversa. Assim, a colheita ganha escala e se transforma em resultado concreto.
Exemplos de seeding em diferentes setores
O seeding pode assumir formatos muito diferentes, dependendo do segmento. A lógica é a mesma, mas a aplicação precisa respeitar as particularidades de cada mercado e da relação que o público tem com os produtos.
Para sair do conceito e ir para a prática, veja como diferentes segmentos aplicam o seeding com autenticidade e escala. Use como inspiração e adapte ao seu contexto.
- Moda
- Uma marca pode enviar peças de uma coleção inédita para creators no TikTok antes do lançamento oficial. O resultado são conteúdos de unboxing e looks que antecipam a tendência e despertam desejo.
- Cosméticos
- Empresas de skincare podem preparar press kits personalizados de acordo com o tipo de pele de cada influenciador. Assim, reviews e depoimentos ganham autenticidade e aproximam o público da marca.
- Alimentação e bebidas
- Uma cafeteria artesanal pode distribuir kits que permitem ao criador viver a experiência de preparo em casa. O registro desse momento nos stories conecta a marca ao estilo de vida do público.
- Tecnologia
- Startups de gadgets encontram espaço ao enviar seus produtos para criadores especializados em música, produtividade ou games. As primeiras impressões viram comparativos que despertam curiosidade.
- Entretenimento
- Produtoras podem apostar em brindes colecionáveis ligados a filmes ou séries antes da estreia. O conteúdo espontâneo aumenta a expectativa e incentiva conversas entre fãs.
O poder da autenticidade
O que faz o seeding ser tão poderoso não é a quantidade de envios, mas a autenticidade das conversas que ele gera. Diferente da publicidade tradicional, que muitas vezes soa forçada, essa estratégia coloca a marca em diálogos reais, guiados pela confiança.
É um processo que exige paciência. Os resultados não aparecem do dia para a noite, porque não se trata de compra de visibilidade, mas de construção de relacionamento. Cada kit enviado, cada experiência criada, é uma semente que fortalece a percepção de marca no longo prazo.
E quando bem feito, o efeito é exponencial. A mensagem se espalha de forma natural, ganha credibilidade e aproxima a marca do público de um jeito que nenhuma campanha padronizada consegue replicar.
Na Gummy, a gente acredita que a autenticidade é o que sustenta marcas fortes. Por isso, criamos estratégias de conteúdo, marketing de influência e relacionamento que ampliam essa conexão e transformam visibilidade em resultado real.