O trabalho home office está entre os termos mais comentados desde que a Covid-19 se espalhou pelo mundo todo. Mas engana-se quem acredita que ele é algo recente.
Há muitos anos as empresas vêm oferecendo essa modalidade de trabalho para colaboradores que podem desempenhar suas funções em casa. Após a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor em 2017, a prática foi regulamentada, o que a difundiu ainda mais.
A grande questão é que, com a chegada da pandemia, muitas empresas que não se viam trabalhando nesse formato foram obrigadas a oferecer aos seus colaboradores, para que o negócio não parasse.
Mas e quando tudo isso passar, será que a tendência é que o home office se torne prioridade?
Para responder essa questão, resolvemos fazer uma *pesquisa qualitativa ou “de campo”, como queiram chamar, para entender a aceitação do home office entre profissionais e empresas. Através dela, conseguimos elencar algumas vantagens e desafios dessa prática, além de dicas para quem deseja seguir nesse caminho.
E é isso que iremos compartilhar com você a partir de agora. Acompanhe!
Quais as principais vantagens do home office?
A flexibilidade é um dos principais benefícios do home office. Ele permite que o colaborador adapte sua jornada de trabalho ao horário que é mais produtivo. Quem tem filhos, por exemplo, pode levá-los à escola, sem que isso interfira na sua jornada.
Nesse cenário, uma das entrevistadas enalteceu a possibilidade de criar a própria dinâmica de trabalho. Ou seja, ter autonomia para estabelecer prioridades e organizar sua rotina.
O fato de não perder tempo no trânsito é outro atrativo. Para se ter uma ideia, o deslocamento nas grandes cidades pode representar até 2 horas do dia – entre ida e volta do trabalho.
Isso sem falar no estresse que o trânsito por si só representa e que pode prejudicar no desempenho.
Estas horas que “sobram” podem, inclusive, ser utilizadas para o seu próprio lazer, seja passar mais tempo com a família ou praticar atividades físicas. Logo, o home office impacta diretamente na qualidade de vida do profissional, pois ele passa a ter mais tempo para fazer aquilo que gosta.
É importante reiterar que as empresas também ganham com isso tudo. Afinal, passam a contar com profissionais ainda mais motivados, felizes e saudáveis.
E mais: ainda economizam, tendo em vista que não precisam arcar com os custos de infraestrutura que um escritório demanda, como:
- Luz;
- Água;
- Internet;
- Limpeza.
E os desafios do home office quais são?
Claro que nem tudo são flores quando se pensa em trabalhar em casa. Grande parte dos entrevistados pontuou que o principal desafio foi a dificuldade de se organizar, especialmente no início.
Dentro desse critério, eles pontuaram a questão do horário flexível, que os deixam mais suscetíveis a distrações. A distração, inclusive, é um desafio apontado por 1 a cada 5 profissionais brasileiros que estão atuando home office.
Para que isso não prejudique na produtividade, muitos passaram a realizar a gestão do tempo. Criaram momentos de pausa entre as atividades para relaxar ou resolver alguma questão, direcionando o restante somente para o trabalho.
Além disso, a criação de rotina a partir das tarefas auxilia na redução das dispersões e na organização. Uma das dicas dadas foi a criação de lembretes e eventos na agenda para que seja possível visualizar o que precisa ser feito.
Manter a disciplina e o foco também é muito desafiador. Uma das nossas entrevistadas precisou criar os seguintes mecanismos para melhorar o seu dia:
- Adotou o mesmo ritual de quando atuava no escritório, como levantar, tomar banho, se arrumar e tomar café;
- Restringir o uso de celular e televisão para os momentos de pausa;
- Relacionar todas as atividades que devem ser entregues no dia.
Realizar reuniões virtuais também pode ajudar a manter o foco. Aqui na Gummy, realizamos reuniões rápidas toda segunda e sexta-feira, a fim de verificar as demandas e certificar-se de que todos estão bem.
A questão do conforto e ergonomia igualmente foi citada por alguns participantes. Muitas pessoas não contam com um ambiente específico para trabalhar nas suas casas e acabam tendo que utilizar a cama ou a mesa da sala, por exemplo.
Essa, inclusive, é uma dica importante para empresas que forem manter o home office no futuro, pois um ambiente confortável e silencioso influencia diretamente na produtividade do colaborador.
Tem mais um desafio importante de citar: o de não trabalhar mais do que foi combinado. Quando se trabalha em casa, é muito fácil se empolgar em uma tarefa e, quando vê, já se passaram 10 ou 12 horas.
Inclusive, grande parte dos nossos entrevistados disseram que o home office é mais cansativo do que imaginavam e que trabalham mais desde então.
Afinal, será que o home office é o trabalho do futuro?
Existem muitas áreas de atuação que podem ser desempenhadas de casa sem que isso prejudique no resultado. E são diversas as organizações que se deram conta disso apenas agora.
Um estudo feito pela FGV levantou que o número de empresas com home office deve crescer 30% após a pandemia.
O Twitter, por exemplo, já afirmou que todos os seus funcionários poderão trabalhar para sempre no formato home office, se assim desejarem. A XP anunciou que o trabalho remoto será mantido obrigatoriamente até dezembro e que está estudando torná-lo permanente também.
Na nossa pesquisa, cerca de 80% afirmou que toparia continuar nesse formato. Alguns, porém, prefeririam que não fosse de forma integral, ou seja, conciliando com alguns dias presenciais.
Entre os nossos entrevistados está um dono de uma empresa de software. Ele afirmou que irá avaliar sim a possibilidade de manter os seus 18 colaboradores trabalhando em casa e utilizar a estrutura do seu escritório para outros fins.
Se você ainda tem dúvida sobre a prosperidade dessa modalidade de trabalho, separamos alguns dados que podem ajudá-lo na decisão:
- O home office pode aumentar o desempenho dos profissionais em 13%;
- Com home office, os atrasos deixam de existir;
- Empresas com funcionários home office podem economizar até 70%.
E você, o que acha do home office? Acredita que ele pode ser o futuro das empresas? Deixe o seu comentário para nós.
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* A pesquisa foi realizada com 20 pessoas, entre profissionais e empresários de diversas áreas, no dia 12 de maio de 2020, nas redes sociais Facebook e LinkedIn.