Atípico: talvez essa seja a palavra que melhor define o ano de 2020. A pandemia causada pela Covid-19 chegou, se instalou e não tem previsão para ir embora. Mesmo assim, já sabemos que ela exigiu transformações significativas e deve seguir pautando mudanças na sociedade, em nosso modelo de trabalho e na forma como marcas se comunicam.

No mundo do marketing digital e da publicidade, essas adversidades também se apresentaram. Seis meses após o início da crise sanitária, o setor ganhou importância especial: mesmo isolado, o mundo se manteve conectado e, graças à produção dos mais diversos tipos de conteúdo online, marcas e seus públicos se mantiveram ainda mais conectados.

Neste artigo, vamos refletir sobre quatro esferas comuns à gestores e executivos de marketing e, dentro delas, conhecer tendências úteis para superar os desafios do setor. 

 

1. Orçamento

 

Podemos dizer que trabalhar com um orçamento reduzido é um novo paradigma. Afinal, para muitos segmentos, essa será a realidade durante um bom tempo. 

No marketing pós-pandemia, a relação entre budget e criatividade é um dos principais desafios. Dominar esse fator é crucial, já que as empresas estarão menos propensas a aplicar recursos em marketing e comunicação.

O lado bom, de acordo com especialistas, é que essa pressão financeira resultará em em mais velocidade, flexibilidade e criatividade na resolução de problemas enfrentados por profissionais do ramo.

No marketing pós-pandemia, a tendência é que as empresas (e agências) foquem em suas especialidades, e busquem parceiros que as auxiliem na execução de suas demandas.

Diante do cenário em questão, é provável que profissionais de marketing percebam uma série de mudanças no modus operandi de seus processos — tanto no nível micro quanto no macro. Algumas alterações incluem: 

  • Utilização de novas abordagens e estratégias de marketing;
  • Pré-produção mais rígida, produção mais rápida e aprovação mais eficiente;
  • Reuniões online e acompanhamento de externas à distância;
  • Adesão a ferramentas de trabalho mais ágeis e flexíveis;
  • Possibilidade de colaboração com talentos de todo o mundo.

Em suma, apesar das dificuldades criadas pelo momento vivido, temos em mãos uma oportunidade única de transformar os processos da área e trabalhar com mais criatividade, autonomia e eficiência. 

2. Tecnologia 

Relações de trabalho

Antes de 2020, é provável que nem mesmo os especialistas em tecnologia mais otimistas apostassem em um transformação digital tão acelerada como a que temos experimentado.

Com a insurgência da pandemia, tudo mudou e fomos forçados a criar alternativas para trabalhar, consumir ou aproveitar momentos de lazer. 

A necessidade de home office, por exemplo, gerou uma explosão de ferramentas que possibilitaram a colaboração entre trabalhadores à distância. Quem não conhecia Zoom, Slack, Google Docs e outras ferramentas do tipo, passou a conhecer.

Isso facilitou não só o trabalho entre pessoas de uma mesma empresa, mas gerou uma onda de novos profissionais entrando no ramo de forma independente.

De fato, nos próximos meses, haverá ainda mais freelancers no mercado, atraídos pela liberdade que o modelo de contratação oferece.

Para as empresas, isso pode ser um grande ganho, já que lhes dá condições de encontrar profissionais talentosos sem se preocuparem com as barreiras geográficas. 

Experiência de compra

A princípio, um pouco confuso. Com muitos clientes acostumados a comprar e consumir apenas fisicamente, a aquisição de produtos, serviços e experiências pela internet ainda é, um território relativamente novo a ser explorado.

Entretanto, em alguns países, os números são animadores. Pelo menos é isso que aponta o levantamento “Creative Insights”, da UOL Ad_Lab, que destaca o crescimento do e-commerce no marketing pós-pandemia.

Pully Chao, CEO da Cheil Greater China, afirma que há uma tendência de crescimento nas compras online, principalmente no que chamamos de social commerce e shopstreaming. 

Enquanto a taxa de conversão no e-commerce tradicional no país é de menos de 1%, nas mídias sociais chega a 10%. Já no shopstreaming — lives que combinam a participação de influencers e/ou CEOs com a venda de produtos — pode chegar a até 20%.

No Brasil, poderemos ver esse cenário em breve, com a chegada do 5G no país, que deve otimizar a experiência de clientes e empresas no ambiente digital. 

Imersão

Se a experiência de compra mudou, a de consumo tem se alterado ainda mais. Com o surgimento de tecnologias de imersão sofisticadas, as marcas serão capazes de oferecer experiências cada vez mais significativas aos seus clientes no marketing pós-pandemia.

Com isso, abre-se a possibilidade de contar narrativas que envolvam o consumidor mais profundamente, como já tem sido feito no Tik Tok, por exemplo.

A rede social chinesa, que se popularizou em 2020, oferece uma plataforma interessante para as marcas investirem em um tipo de storytelling mais empático que engaja organicamente.

Um exemplo disso é a Colgate, que, para o Dia das Mães 2020, em plena pandemia, criou uma campanha com milhões de participações incentivando mães a sorrirem, mesmo sabendo das dificuldades impostas a mães e mulheres no Brasil, especialmente em um período difícil como o que estamos vivendo. 

Para tornar a campanha mais imersiva, a marca pediu aos seguidores que comentassem “o que faz sua mãe sorrir” e compartilhou depoimentos e fotos dos participantes. Uma forma criativa de trazer o público para dentro da campanha ao mesmo tempo em que promovia a aproximação entre mães e filhos, prejudicada, na ocasião, pelo isolamento social.

Resultado: mães, filhos e clientes emocionados e felizes com posicionamento da marca em uma campanha de baixo custo e grande alcance. Incrível, não é mesmo? Confira o vídeo oficial da campanha divulgado no Facebook da marca:

 

Na mesma linha, vemos surgirem tecnologias, como as de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), que devem revolucionar, em breve, o modo como nos relacionamos com o consumo de conteúdo

Para Tony Parisi, Head de XR Ad Innovation da Unity, negócios nos ramos do marketing e da publicidade têm muito a ganhar com essa tendência.

Ele estima que as empresas que utilizarem essas tecnologias de imersão, especialmente VR e AR, estarão posicionadas entre as 25% com melhores resultados financeiros em suas categorias

Veja mais sobre o assunto no vídeo abaixo: 

 

3. Cultura e posicionamento

Com tudo que tem acontecido no mundo, uma coisa é certa: as marcas não podem fechar os olhos, nem devem deixar de usar sua voz.

O protagonismo das redes sociais durante o Grande Isolamento evidenciou ainda mais problemas como o racismo estrutural ao redor do mundo, os altos índices de violência contra a mulher, seja em forma de assédio ou agressão, e a urgência do investimento em desenvolvimento sustentável. 

Frente a isso, é papel do marketing pós-pandemia incluir em suas agendas ações que ajudem a dar visibilidade a causas relevantes.

É preciso pensar em diversidade e representatividade nos rostos que estampam produtos e campanhas. Isso pode incluir apoio a movimentos como Me Too e Black Lives Matter, incentivando as novas gerações a se preocuparem com a construção de uma sociedade saudável.

Campanhas inclusivas e humanizadas

É o momento, também, de nos conectarmos realmente com as pessoas, priorizando a empatia em nossas mensagens, diversidade em nossos quadros, e posicionamentos precisos em temas fundamentais que são verdadeiramente relevantes para o momento.

E se o que foi dito até aqui não te convenceu, aqui vão alguns números do estudo “Creative Insights” que corroboram com o que dissemos:

Quase 90% dos jovens da geração Z nascidos entre a segunda metade dos anos 90 e a primeira década dos anos 2000 — considera a política importante, 52% compartilham regularmente opiniões sobre o tema nas redes sociais, 62% estão preocupados com questões ambientais, raciais, direitos das mulheres e da comunidade LGBTQI+.

4. Comunicação

Conteúdo relevante

Assim como o público exigirá um posicionamento inclusivo, a produção de conteúdo no marketing  pós-pandemia exigirá transparência, empatia, timing e originalidade.

Por isso, além das questões sociais que podem e devem ser abordadas pelas marcas, a pandemia abre um leque enorme de conteúdos funcionais a serem explorados.

Num momento de dúvidas, devemos estar ao lado de nossos consumidores, ensinando-os a utilizarem nossos produtos e serviços de maneira correta e segura.

Seja ao assistirmos um filme no cinema, fazer compras numa loja, ou descartar a embalagem de um produto, nossa comunicação deve ser impecável e oferecer o máximo de informações para que as pessoas saibam como agir.

Tendência data-driven

Por último, e não menos importante, não podemos esquecer da importância de trabalhar conteúdo com base em dados. Eles são determinantes para que possamos compreender a realidade, o momento vivemos, e oferecem o direcionamento necessário para a comunicação eficiente.

Num mundo de mudanças rápidas e constantes, estar de olho nos dados e analisá-los com precisão nos ajuda a criar a campanha, ou oferecer o produto certo, no momento ideal.

Marketing pós-pandemia e futuro

Apesar dos desafios, é o futuro do marketing digital segue promissor. Devemos nos adaptar às mudanças no setor e aproveitar aquilo que elas nos oferecem de positivo.

Se conseguirmos seguir as tendências, oferecendo uma contribuição relevante para empresas parceiras e a sociedade como um todo, certamente colheremos os frutos no futuro.

A Gummy está sempre por dentro do que acontece no setor, e pronta para ajudar seus parceiros comerciais a se preparar para o que está por vir no marketing pós-pandemia. Acesse nosso site e fique preparado para lidar com isso!