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Storytelling: o que é e como utilizar a arte da contação de histórias

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Storytelling, ai ai.

Se cada vez que você ouviu um publicitário usar essa expressão você tivesse recebido um aumento, a essa altura você já ganharia mais que o Diretor Executivo, não é mesmo?

O que mais incomoda, porém, não é a frequência do uso do termo, mas a consistência conceitual (ou a falta dela) com a qual é utilizada.

A gente entende bem a frustração que situações assim podem causar, por isso, vamos deixar claro, de uma vez por todas, o que é storytelling e a sua verdadeira importância para a construção de estratégias digitais bem sucedidas.

Pasme, não é nenhum bicho de sete cabeças e muito menos um jargão inútil utilizado como espécie de super trunfo por agências de conteúdo.

Você mesmo, durante a sua jornada profissional já teve que contar uma história, certo?

Seja para conseguir um emprego, para realizar uma venda ou até para fazer com que os seus colegas de trabalho compreendessem melhor alguma demanda. Não há escapatória, você teve que montar uma argumentação (mesmo que na sua cabeça) em que utilizou o storytelling.

Afinal, marcas que não contam boas histórias, dificilmente conseguem se destacar na multidão, construir relações de longo prazo com o cliente e, portanto, acabam perdendo oportunidades de negócio.

Quer saber um pouco mais sobre esse conceito, como utilizá-lo na prática e como colher os melhores resultados por meio do storytelling? 

Veja aqui o que você precisa para dominar a técnica de contar histórias e  conheça exemplos emblemáticos.

O que é storytelling?

De maneira geral, esse conceito pode ser explicado como: contar histórias relevantes, cativantes, gostosas, incríveis. Claro, isso pode ser muito subjetivo, no entanto, a métrica de sucesso de uma boa história é a atenção e envolvimento do consumidor com ela

Ou, indo mais longe, será que ela será lembrada por ele e compartilhada com os amigos? Para isso, é preciso construir uma narrativa bem articulada, que tenha:

Introdução

Este é o momento em que o leitor será apresentado ao tema e terá uma breve apresentação dos elementos da história, como os personagens, local e a moral da história.

Além disso, é indicado que na introdução o autor já apresenta alguma “provocação” que faça o espectador continuar a leitura.

Desenvolvimento

Após introduzir o leitor ao cenário geral da história, é o momento de se aprofundar. No desenvolvimento, o narrador deve expandir a história de maneira que cative o leitor.

Para isso, vale a pena investir em detalhes que gerem reflexões e emoções. E, que, além disso, façam o leitor realmente se sentir “dentro” da narrativa. O que pode levá-lo a se reconhecer no “problema” apresentado.

Clímax

Após o autor construir um desenvolvimento que cative o leitor e o deixe com vontade de saber mais sobre a história, é a hora de apresentar o grande acontecimento, o clímax.

Este é o momento principal do texto, em que o narrador levou todos a esperarem por aquele momento. Por isso, se realizado de maneira correta, o clímax tem aquele efeito “mind blowing” na cabeça do leitor, ou seja, aquele momento em que realmente impacta quem está lendo.

Conclusão

Após introduzir, desenvolver e apresentar o clímax da história, é o momento de apresentar a “lição” aprendida com àquilo. Por exemplo, explicar o porquê o autor está expondo tal tema e qual é o intuito de determinada história. 

Aqui, vale ressaltar que precisamos demonstrar confiança e conexão na relação entre quem lerá com quem escreveu.

Por fim, ainda podemos destacar que de nada vale toda essa estrutura textual que citamos anteriormente, se faltar uma coisa: relevância. 

Relevância

Nessa etapa, é imprescindível pensar que seu leitor precisa ser encantado com o storytelling, com informações interessantes e conteúdo que cativa! A melhor forma de realizar isto é: despertando emoção!  

Afinal de contas, cada público possui suas especificidades e para conseguir se comunicar com eles de maneira efetiva, é necessário pensar nas suas características mais marcantes.

Por exemplo, digamos que você deseja informar uma novidade da sua empresa para um público adolescente. É preferível que a comunicação seja feita: 

  • Em canais que essas pessoas estejam presentes, como redes sociais;
  • Com uma linguagem que atraia e converse com essas pessoas: tom mais amigável e descontraído;
  • Destaque informações que vão chamar a atenção dessas pessoas.

Portanto, é imprescindível que cada storytelling passe não apenas uma informação, mas que tenha um “Q” de novidade, emoção e sentimentos, deixando o texto/campanha relevante a quem está lendo. É preciso que o conteúdo que você está passando seja “de” pessoas “para” pessoas. Com esses aspectos, nós nos comunicamos e construímos histórias juntos. 

Storytelling e a jornada do herói

Vale acrescentar que alguns especialistas em “contar histórias” já conseguiram estruturar uma maneira eficaz de construir um storytelling

O caso da famosa “jornada do herói” é frequentemente utilizada em contos, fábulas, filmes e séries. Ela consiste no enredo em que o protagonista sai do seu “conforto” para enfrentar uma aventura, passar por provas, encontrar inimigos, combatê-los e por fim, a glória.

Esse modelo pode ser utilizado para diversos tipos de histórias. Digamos que você quer contar a trajetória da sua empresa e você é o protagonista. Inicie o diálogo falando da sua situação antes de abrir a empresa, como estava numa zona de conforto, por exemplo, e que sentiu a necessidade de mudar essa realidade (saiu do mundo comum) e iniciar uma empresa que tinha mais a ver com você (enfrentar uma aventura).

A partir daí, você passa por dificuldades e precisa se sobressair perante à concorrência (provas e inimigos). Até que no fim, encontrou a glória (o sucesso da sua empresa).

Apesar de ser o mais famoso, não é o único. Ao longo do tempo as pessoas foram adaptando suas narrativas para estarem de acordo com seus objetivos. Afinal de contas, um dos principais motivos para se contar história é convencer àqueles que a recebem.

Por que os humanos contam histórias?

Segundo o autor Yuval Noah Harari, o escritor de “Sapiens: uma breve história da humanidade”, um dos motivos pelos quais o Homo Sapiens se sobressaiu perante as outras espécies de homos, foi a revolução cognitiva que aconteceu por volta de 70 mil anos atrás. 

Segundo Yuval e outros historiadores, ela foi ocasionada por uma modificação no nosso cérebro, no qual gerou habilidades cognitivas para a nossa espécie, como: falar, comunicar, imaginar e inventar.

Isso tudo culminou na habilidade de contar histórias, sejam elas verídicas ou não. Mas afinal de contas, por que contar histórias?

No primeiro momento, podemos pensar que é apenas para comunicar algo, entreter-se ou até passar o tempo. No entanto, quando pensamentos são compartilhados por meio de uma narrativa articulada estrategicamente, é possível convencer as pessoas a respeito de ações, gerando reconhecimento. 

Contar histórias é uma arte e você precisa ser um artista?

Contar história é uma arte. Afinal, você irá expor um ponto de vista para causar reflexão em outras pessoas. Para realizar isso você não precisa ser, necessariamente, um especialista em storytelling. Por esse motivo, seguir alguns passos já pode ser o começo de uma grande história, como:

  • Criar uma relação com o interlocutor. Essa é a melhor maneira de fazê-lo compreender e visualizar melhor a sua narrativa e até se identificar com a história.
  • Prender a atenção das pessoas. Uma vez que ao contar uma história que as pessoas se identificam, é natural que a atenção delas se volte ao que você está querendo comunicar;
  • Concluir com uma reflexão. Se você está montando um storytelling para divulgar a si mesmo ou a sua empresa, termine a história apresentando um raciocínio que conecte toda essa história com o seu objetivo final.

Por que pessoas e marcas precisam contar histórias?

O conceito “storytelling” nada mais é do que “argumentação narrativa”. Ou seja, é algo que utilizamos diariamente no nosso dia a dia. Portanto, quando falamos sobre o storytelling, é preciso pensar em como fazê-lo da maneira mais convincente possível.

Reflita um pouco comigo, o ato de contar histórias é um dos motivos que nos determina como espécie racional, porque a linguagem é o que nos diferencia dentre todas as outras. Por isso, falar com clareza é usufruir do nosso poder de comunicação!

Ou seja, independente de qual seja o seu segmento, é provável que você tenha uma variedade de concorrentes e que precisa encontrar meios para se destacar da concorrência. Então, pense em como você pode se destacar pela sua história. 

Por isso que storytelling é uma ferramenta eficiente para atrair e conquistar novos clientes. Afinal de contas, as pessoas tendem a confiar mais em histórias que elas se identificam, principalmente quando precisam escolher a marca e produto que vão consumir.

Como criar um bom storytelling profissional?

Agora você deve estar se perguntando como utilizar o storytelling na prática. Até porque, como já abordamos ao longo desse texto, contar histórias incríveis é uma ótima ferramenta de marketing.

Em primeiro lugar, é preciso compreender que o storytelling utilizado para vender possui algumas especificidades. Por isso, precisamos compreender que nesse caso, a narrativa foge do nosso controle, ela é construída diretamente com a audiência

Isso significa que, ao falar sobre a sua trajetória, não adianta você escrever apenas sobre vitórias e feitos. É preciso entregar um conteúdo relevante e que tenha justificativa ao público.

Falar apenas de si, supervalorizando as suas conquistas, provavelmente irá construir uma narrativa e um personagem “raso” para o seu público.

Isso não significa que você não possa falar da sua história, vitórias e feitos. Mas faça isso transformando em algo que agregue algum tipo de conhecimento ao conteúdo. Tente refletir qual seria o tipo de conteúdo que gostaria de consumir e mire nisso.

Assim, se você criar conteúdos que agreguem valor para as outras pessoas, elas irão enxergar esse valor em você. Dessa forma, o próprio público irá te promover, sem que você tenha que fazer isso explicitamente. O que você pode fazer para criar esse storytelling humanizado, é adotar o conteúdo inteligente.

Como criar um bom storytelling para uma marca?

O storytelling é utilizado, principalmente, para auxiliar o público a compreender melhor a respeito da empresa: o que ela faz, quais são seus preceitos e objetivos, como os produtos ou serviço podem auxiliar o consumidor, entre outros.

No final das contas, é preciso construir conteúdos inteligentes e que transmitam conhecimento de maneira que relevante ao público, ao mesmo tempo que consiga “vender” a ideia/produto que se deseja passar.

Afinal de contas, os canais de comunicação estão saturados de materiais rasos e que não agregam em nada. É preciso impactar pessoas, para que assim, a marca se torne relevante no mercado.

Ao montar uma boa narrativa, que seja interessante para o público, a marca passa a se tornar uma referência sobre o assunto e a partir daí, começa a ganhar relevância.

Se a sua marca conseguir realizar isso, com uma estratégia e comunicação voltada ao público alvo, provavelmente terá sucesso.

O que é storytelling transmídia?

Atualmente a comunicação de marcas é feita utilizando os mais diversos canais disponíveis. Desde a TV até o TikTok, as empresas têm enxergado a necessidade de impactar o consumidor de diferentes formas e através de múltiplos formatos. Isso é storytelling transmídia! Storytelling = contar história. Transmídia = em diversos canais. 

Para potencializar essa estratégia, é preciso construir um storytelling transmídia, que conversará com o público com intimidade e acolhedora. O que pode gerar mais conexão com as pessoas e, principalmente, com o público-alvo.

Um case de sucesso é a comunicação da Magazine Luiza. Que adotou o avatar “Magalu” para se comunicar de uma maneira única e irreverente com o público e está presente em cada canal de comunicação da marca. Desde os canais de TV, até no Tik Tok.

Outro exemplo que podemos citar somos nós mesmos! Sim, a Gummy utiliza o storytelling transmídia para conversar com a nossa persona, de maneira que aproxime, eduque e informe o público.

Utilizando tons de linguagem particulares para cada canal – a fim de conversar com o público da forma que a plataforma “pede” – mas sempre mantendo uma comunicação que tenha coerência com a marca e com o público.

Como utilizar storytelling para potencializar resultados de marketing?

Apesar de existirem alguns modelos de narrativa que historicamente fazem sucesso, como “a jornada do herói” mencionado anteriormente, atualmente é preciso ir além na maneira de construir um storytelling. É preciso encantar o público.

Mas relaxa que isso também já foi e continua a ser estudado e atualmente já contamos com algumas “receitas” de como conseguir isso.

O processo de Storytelling

Como você pode ter notado, o processo para construir um storytelling poderoso não é tão simples, mas se for feito com estratégia e boa argumentação, pode trazer inúmeros benefícios.

Aqui, vale destacar um dos mais recentes feitos da cantora Anitta. Recentemente ela chegou ao primeiro lugar do pódio mundial com a música mais tocada na plataforma Spotify.

Para conseguir esse feito, ela utilizou do storytelling transmídia. Sua história, sua marca e sua música foram narradas de diferentes maneiras nas redes. O Spotify reproduzia a música, o youtube o clipe, o TikTok a “dancinha” e as entrevistas da artista contavam sobre a história.

Isso tudo foi criando uma narrativa completa e complexa na cabeça das pessoas. Na qual, independente da rede que estavam presentes, eram impactadas com a música.

Para isso, Anitta precisou contar, além do seu talento indiscutível e a coragem de compor uma música em outra língua, com uma comunicação que abrangesse diversos canais.

Veja nosso infográfico para você entender todas as ideias que expomos até aqui!

Exemplos de storytelling

Para clarear como esse método funciona na prática, trouxemos 3 exemplos de empresas que utilizam do storytelling de maneira muito efetiva e inteligente:

Nextel

A Nextel é uma marca que costuma ser lembrada como uma prestadora de serviços para empresas. Por isso, surgiu a necessidade de se aproximar mais do público final, as pessoas.

Para isso, trouxe diversas personalidades famosas para contar suas histórias de superação e sucesso. O resultado foi surpreendente e trouxe grande notoriedade para a marca.

Always: Like a girl

Outra marca que utilizou do storytelling de maneira muito inteligente foi a empresa Always, que coletou diversos depoimentos sobre como as mulheres são vistas pela sociedade em 2014. Por ressignificar o que é fazer coisas “tipo uma menina”, a campanha acabou ganhando o prêmio da melhor publicidade do século, em uma votação promovida de 20 anos da PRWeek. 

A narrativa, o problema, o desfecho e a veracidade construída no vídeo gerou emoção e relação entre a marca e o público, principalmente do gênero feminino, que usufrui do “Like a Girl” para combater o machismo. 

Curso

Se após ler todo esse conteúdo, você se convenceu a respeito da importância do storytelling para você e a sua empresa e quer saber como aprender mais, uma dica que deixamos aqui é o curso gratuito da Khan Academy: Pixar in a Box Unit: The art of storytelling.

Um ótimo curso para quem quer destrinchar mais sobre o assunto analisando uma das melhores contadoras de história que existe, a Pixar, empresa que produz filmes infantis e que tem no seu catálogo sucessos como: Toy Story, Procurando Nemo, Monstros S.A., Divertida Mente, etc.

Livros

Para quem gosta de ler e de dados, uma dica que deixamos aqui é o livro “Storytelling com dados: Um guia sobre visualização de dados para profissionais de negócios” que aponta com informações concretas o sucesso dessa maneira de se comunicar.

Como você pode ver nesse conteúdo, existem diversas maneiras de contar uma história. Mas para quem deseja tornar isso um ponto de sucesso profissional, precisa contar com conteúdos inteligentes e relevantes. Ou seja, realmente saber o que está fazendo ou então contar com alguém que sabe.

Conte sua história com a Gummy!

Quer investir em conteúdo inteligente com quem entende de Storytelling? Conheça a Gummy! Somos uma agência de produção de conteúdos multi formato, omnichannel e contadores de histórias profissionais!

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Yuri Vellinho

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